Imigração de origem polonesa [Anexo 7]

O autor do documento coloca em questão a migração e, sobretudo a polonesa, para o Brasil, colocando "as inadmissiveis facilidades que encontram TODOS OS INDESEJAVEIS DA EUROPA PARA RESIDIREM NO NOSSO PAIZ" e "O Problema emigratorio na POLONIA, que nos interessa particularmente, é o mais grave de todos". [p.1]

Afirma a questão da Palestina como solução para a Polônia afastar "do seu meio a raça judaica", em que "diversos objectivos" serão "attingidos: uniformidade ethnica e religiosa, diminuição da densidade de habitantes e da miseria nas cidades, etc.", porém faz uma ressalva: "esqueceram-se somente de consultar os arabes que por lá viviam ha muito seculos... Os resultados não se fizeram esperar e são desnecessarios quaesquer commentarios sobre a actual luta de morte na qual estão engajadas as duas raças". [p.1]

Desenvolve toda uma argumentação tentando responder a questão: "De que forma agir?". Tentando resolver esta questão, afirma que não há como solucionar a questão a partir da "collaboração fraternal", já que "os governantes são os primeiros a estimular e justificar o movimento antisemita. Perfeitamente solidarios com os seus compatriotas não-judeus, somente admittem uma salvação para o INTRUSO: emigrar de qualquer maneira. Unico e exclusivo caso que o judeu encontra o APOIO INCONDICIONAL DO GOVERNO". [p.2]

Coloca que os judeus são uma "raça inassimilavel e egoista. Ingrata, sem patriotismo é altamente prejudicial ao paiz que a abriga. Physicamente degenerada. Estupidamente intolerante em materia religiosa considera inimiga o resto da humanidade Os individuos não se adaptam a nenhum trabalho productivo. É rarissimo encontra-se um judeu agricultor ou operario e assim mesmo em caracter provisorio (...) vivendo exclusivamente da exploração do proximo é deshumano e sem escrupulos (...) se aglomerarm em bairros immundos, sem hygiene, passando a maior parte do tempo, como todos os sedentarios, em interminaveis discussões sobre themas religiosos ou commerciaes. QUASI TODOS SÃO COMMUNISTAS MILITANTES OU SYMPATIZANTES DO CREDO VERMELHO". [p.2]

Diz que ficou "pasmo e horrorizado" ao ouvir que o Governo polaco queria enviar para o Brasil uma média de 100 mil judeus por ano e se pergunta: "Então a solução para 'elles' seria essa?". Questionando também de "Porque escolheram o Brasil e não um outro paiz ou QUALQUER COLONIA AFRICANA?" para a migração. [p.2]

Exalta a questão da vigilância: "É de toda justiça constatar a incansavel vigilancia exercida pelo nosso consul DR. BARBEDO, que procura por todos os meios ao seu alcance, MUITOS DELLES DE SUA EXCLUSIVA INICIATIVA, enraiar o mal. Infelizmente elle tem que cumprir os absurdos dispositivos regulamentares em vigor e inclinar-se ás ordens que lhe são transmittidas directamente pelas autoridades brasileiras". [p.3]

Coloca que "urge que se tome uma providencia immediata que modifique os nossos regulamentos sobre immigração. EXIJAMOS TAMBEM COMO TODOS OS OUTROS PAIZES DO MUNDO QUE O IMMIGRANTE SEJA MOÇO, SÃO DE ESPIRITO E DE CORPO NORMAL E DE ASPECTO ATTRAHENETE, NÃO-JUDEU. [p.3]

"DESILLUDAMOS PARA SEMPRE os que querem aproveitar e abusar da nossa generosidade e bôa fé e consideram o BRASIL o "NO MAN´S LAND" do mundo. Mais ainda, que o consideram como um PAIZ DE NEGROS E DE CRETINOS para o qual MESMO UM JUDEU é um optimo elemento! Infelizmente os factos justificam amplamente essas aleivosias". [p.3]

NESSES TREIS ULTIMOS ANNOS ENTRARAM COMO FORMIGAS POR TODOS OS PORTOS E FRONTEIRAS 200.000 MIL JUDEUS! (...) Nesse caminhar, muito em breve o BRASIL será o maior detentor de judeus do mundo. É facil imaginar-se o que será a nossa terra dominada pelo judaismo pelo que já se observa no Rio. [p.3]

É inacreditavel que nem o movimento communista irrompido no Brasil tenha aberto os olhos de nossas autoridades. Estava lá nesse momento e me lembro perfeitamente que a policia procurava o PRESTES E OUTROS ELEMENTOS COMMUNISTAS NOS MEIOS JUDAICOS". [p.4]

Coloca formas e medidas de impedir a entrada de judeus no Brasil [pp.4 e 5]

- Anexo ao ofício nº 103, de 08 de Novembro de 1936.