Sobre a circular número 1.323

Mário de Brisson, Cônsul brasileiro, transmite a Oswaldo Aranha, Ministro das Relações Exteriores que recebeu e cumprirá rigorosamente a Circular nº 1323. No entanto, chama a atenção do chanceler por estar preocupado quanto à aplicação desta Circular para os brasileiros em Paris. Divide seu ofício em 16 itens temáticos através dos quais deixa explicita sua posição frente à questão judaica. Mário de Brisson salienta o prestígio que os judeus gozam dentro da sociedade francesa na política, nas artes, na administração e principalmente no comércio. Dentro dessa perspectiva, ele se mostra preocupado com a repercussão negativa que pode acarretar dificuldades para o Consulado e a Embaixada. 11. Defende a liberação de vistos para estes judeus já que, segundo ele, se trata de "cidadãos livres de um país rico, que lhes oferece campo amplo para o exercicio de todas as atividades, os israelitas francêses não necessitam expatriar-se". Em contrapartida, Mário de Brisson coloca que para os judeus oriundos de outras partes da Europa, a concessão de vistos se dará sobre uma gama de rigorosos aspectos. Por último, Mário de Brisson se mostra preocupado com a chegada do dramaturgo Henry Berstein, interessado em ir para o Brasil.

- Carimbo: S. de E. das Relações Exteriores. Serviço de Comunicações e Arquivo. 17/06/1939. N° 10727.- Carimbo: Saido 17/06/1939.