Declarações do ministro dos estrangeiros da Romênia. Sua repercussão na Hungria
Registro | RG-ARQ/272 |
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Classificação | Ostensivo |
Tipologia | Oficio |
Data | 1938-12-10 |
Cidade | Budapeste |
País | Hungria |
Código | 137 |
No. Doc. | 640.16(87) |
Páginas | 3 |
Idioma | Português |
Instituição de origem
De: Fernando de Souza
Cargo:
Instituição: Legação do Brasil em Budapeste
Instituição de destino
Para: Oswaldo Aranha
Cargo: Ministro de Estado das Relações Exteriores
Instituição: Ministério das Relações Exteriores
Fernando de Souza, representante da Legação do Brasil em Budapeste, informa a Oswaldo Aranha, Ministro de Estado das Relações Exteriores, sobre a repercussão nos jornais da declaração dada pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros da Romênia, sobre as minorias húngaras naquele país.
"Nessas declarações, o chanceler rumeno mostrou-se contrario a uma modificação das atuaes fronteiras entre os dois Estados, por isso que, segundo afirmou, o que a Hungria deseja, 'não é uma retificação das fronteiras, ou mesmo a restituição de um pequeno territorio e sim a devolução de toda a Transylvania.' E nenhum estadista rumeno, a seu ver, poderia concordar com semelhantes concessões. Nestas condições, sugeria que se resolvesse o assunto de uma maneira pratica, por meio de troca das respectivas minorias".
2. "Glosando as declarações do Senhor Petreseu Comnem, o jornal "Uj Magyarság" afirma, em longo editorial, que a politica de Bucarest fez todo o possivel, neste últimos vinte [p.1] anos, para exterminar os hungaros da Transilvania, sendo porém baldados todos os seus esforços nesse sentido. Acentua, em seguida, que a troca proposta não passa de um ato de ingenuidade do chanceler rumeno (...). Tudo isso, conclue o referido jornal, demonstra que a politica exterior da Rumania perservera o mau caminho, procurando escamotear os problemas etnicos do país (...)". [p.2]
3. No jornal Nemzeti Unság "'Os rumenos, continua, não têm historia na Transilvania. A receita do Ministro é, portanto, má. O unico remedio para o caso consiste na restituição integral de tudo quanto nos tomaram'". [p.2]
4. No jornal Esti Kurir: "Não queremos dar lições de historia ao chefe do Governo rumeno, escreve esse jornal. 'Os acontecimentos de um passado recente deviam convence-lo de que as modificações das fronteiras não dependem esclusivamente das disposições que se tomam. Durante vinte anos, a verdade hungara nada perdeu do seu vigor; muito ao contrario, ela conquistou aliados de valor no mundo inteiro'". [p.2]
5. Segundo as publicações nos jornais citados, é notável a crítica a idéia: "que classificam de absurda, da troca de populaçoes, afirmando que a unica solução para esse problema é a devolução pura e simples, dos territorios [p.2] ocupados pela minoria hungara, isto é, toda a Transilvania. E é esse, tambem, o ponto de vista do Governo hungaro, embora nada pareça indicar que esteja disposto, por enquanto, a faze-lo prevalecer. Como no caso das suas minorias na Tchecoslovaquia, a Hungria saberá esperar, pacientemente, por uma solução favoravel aos seus interesses, certa de que o fator tempo muito contribuirá para a sua vitoria". [p.3]
- Carimbo: S. de E. das Relações Exteriores. Serviço de Comunicações. 06/01/1938.
- Carimbo: Saído [Data ilegível].