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relatório sobre o caso Aron Neumann [ainda incompleta]

Registro RG-ARQ/471
Classificação Confidencial
Tipologia Relatório
Data 1943-11-28
Cidade Rio de Janeiro
Estado Rio de Janeiro
País Brasil
Páginas 7
Idioma Português

Instituição de origem

De: Melo
Cargo:
Instituição: Polícia Civil do Distrito Federal.

Instituição de destino

Para:
Cargo: Chefe do Serviço Secreto
Instituição:

Caso Neumann.

Foi confiada ao sr. Neumann uma coluna na revista "Aonde Vamos?" para fazer uma sessão de criticas, que passou a denominar-se "De passagem...", mostrando os defeitos e as irregularidades nas sociedades de beneficencia e "recordando aos seus correligionários que todo movimento deve ser de ajuda aos israelitas que sofrem as consequencias da guerra na europa enlutada, deixando-se assim, de lado, por óra, a ideia da fundação de um hospital e outra campanhas de beneficencia local".[p.01] Neuman deu a idéia em sua coluna de se fazer na capital da Rpública um Congresso Israelita, no qual participariam representantes judeu. Esses representantes elegeriam então, entre si, um ou mais delegados que escolheriam o representante para a futura conferência da paz, onde os judeus fariam reivindicações e tratariam da questão do Lar Israelita na Palestina. São sócios da revista Ladislau Vinhaes, Bela Karakuschanski e Isidoro Waismann.

Sócio de Firma e Vendedor de Máquinas.

O Sr. Ladislau Vinhaes disse que Neumann lhe foi apresentado por Karakuschanski e que sabia ser o mesmo sócio da firma R.Simon&Cia. e vendedor da Standard Eletric ou General Eletric. Informa também que Neuman deu a entender que havia subornado engenheiros da Prefeitura para propagar a noticia que o Morro do Cantagalo estava ameaçando ruir, terreno que Neumann estava interessado em comprar, fazendo com que a população tivesse que se mudar.

Aproximação com a Presidência.

Ladislau Vinhaes disse também que Neuman esteve no Catete em ocasião de uma visita de uma delegação judaica, procurando alí o Dr. Queiroz Lima a quem levou cartão de apresentação do Desembargador Tarquinio Souza.

Atividades Criminosas no Rio e na Bahia.

Vinhaes declara que Marcos Schechter poderia dar mais informações sobre Neumann. Schechter informa que tinah de Neuman as piores impressões e ouvira referencias pouco lisonjeiras. Ouvira dizer que Neuman furtara "meio mundo" na Bahia e no Rio de Janeiro. Schechter informa que Bernardo Fuchs disse que Neuman era um "cidadão sem moral e que entre outras atividades desonestas vendera aos padre, sinos que ató hoje não vieram, deles recebendo, por adeantamento, 50%"[p.05] e que ainda tem o habito de subornar todo mundo. Fuchs informa que Neuman viera do Chile para o Brasil em 30 ou 31, tendo fugido daquele país com a esposa de um seu amigo, informação lhe dada por Menache Fuchs.

Bernardo disse que Neumann quando diretor do Comité Israelita de Socorros ás Vítimas da Guerra havia dito em assembléia que "como eles judeus não tinham dinheiro, deveria ser pedido auxilio financeiro á Embaixada Americana afim de os judeus serem organizados e poderem formar um serviço secreto que daria informações contra os eixistas"[p.06]. A idéia não foi bem recebida, tendo a maioria das pessoas na reunião de manifestado contrária.

Essas atitudes suspeitas de Neuman "deixam os membros da coletividade israelita um tanto perplexos, aceitando a maioria a ideia de que Neuman é um elemento perigoso, possivelmente a serviço de uma potencia estrangeira."[p.06]

Bernardo Fuchs referiu os nome de Menache Fuchs; Jurkevitz, Rosário; Samuel Cohen; Moisés Singer; Bergman e Salomão Rosemberg, os quais podem prestar esclarecimentos masi completos.

Uma certidão Ideológica.

Bernardo disse ainda que Neuma lhe mostrou uma certidão de que não professava ideologias contrárias ao regime, certidão essa que conseguira da Policia Civil e com a qual procurava apagar a onda deantipatia que começava a cercá-lo.

Observações do relator: "Ouvirei, em seguida, as pessoas referidas por Bernardo Fuchs, e outras que estõa ao par das atividades de Neuman." [p.07]