Emigrantes germano-russos

1. Joaquim Eulalio avisa Dulphe Pinheiro Machado que o Governo da Bahia comunica por telegrama que "entraram no nucleo colonial de Itaracá 26 familias germano-russas, num total de 210 pessoas, das quais retiraram seis, embarcadas nesta capital e um casal procedente da Europa, tendo ainda ocorrido um nascimento". [p.1]

2. Dos imigrantes citados anteriormente, 95 deles adoeceram, principalmente de paludismo (malária), doença que começou em diversos pontos do sul do estado, surto consequente a duas enchentes que aconteceram. [p.1] Dos doentes, faleceram 12, a maior parte crianças com menos de 3 anos. A maioria dos enfermos, removidos para o litoral do estado, está convalescendo. Ocorreu ainda de uma família "retira-se espontaneamente pelo próximo vapor para procurar trabalho em S. Salvador". [p.2]

3. O governo baiano afirma, ainda, ter tomado todas as providências necessárias para normalizar a situação, ordenando, assim, "trabalhos de saneamento [...] já intensificando a assitencia e policia medicas, já removendo os colonos para galpões construídos urgentemente [...] em perfeitas condições de arejamento e hygiene". [p.2]

4. O Governo da Bahia diz, também, que não permitiu a retirada dos imigrantes antes das já comentadas providências. Para que fosse evitada a volta nas condições em que estavam, com "grande prejuizo não só para elles próprios, como tambem para os creditos do Estado". [p.2] Quando os colonos estiverem saudáveis, o governo baiano aceitará as medidas propostas pela Diretoria Geral a que é remetido o ofício, para a remoção dos que queiram espontaneamente deixar a Bahia. [p.3]

- Carimbo: R. E. 8917 Exp.