Passaporte de Deszberg Andor

1. O remetente avisa ao Ministro que foram "criadas dificuldades no porto do Rio de Janeiro pela polícia ou Serviço de Imigração para o desembarque" de um casal húngaro. [p.1]

2. Coloca que devem ser revistos os papéis dos dois, visados em julho de 1936, por um colega do remetente, verificou estarem em perfeita ordem, "havendo, pois, exorbitado a autoridade brasileira que pretendeu impedir o desembarque daquele cidadão. O húngaro, homem de imprensa, levava uma carta da "Always", uma empresa eletrotécnica "da maior idoneidade", pois estava encarregado de "colher elementos informativos em torno de seus produtos".

"Parece-me que uma firma que se respeita não confiará a indivídus indesejáveis tarefa dessa natureza". A mulher do húngaro, além de considerada pelo remetente, virtuosa, tinha um objetivo parecido com o do marido, mas por parte da firma "Szemere Gaspár", de Budapeste. [p.2]

3. "Penso, senhor Ministro, que nenhum funcionário consular, por mais rigoroso, deixaria de visar os documentos de um e outro para penetrarem o Brasil. Deploro que no porto do Rio de Janeiro se encontram em serviços policiais subalternos que se arroguem o direito de dar lições de cumprimento de deveres funcionais a consules que não transgrediram a letra dos regulamentos. Com a sua conhecida intolerância depõem contra a própria cultura de nosso país". [p.3]

- Carimbo: S. de E. das Relações Exteriores. Serviço de Comunicações. 15/05/1937 nº 05529.
- Assinatura ilegível.