Os refugiados Austríacos e alemães na Holanda

Envia, em anexo, a cópia de uma carta do "Comitê Católico para Refugiados" endereçada à Legação brasileira em Haia.

Nesta carta, o Comitê declara que entre os refugiados do 3º Reich, encontram-se diversos oficiais militares "de raça ariana", expatriados por serem casados com "não-arianas". Outros, ainda que "não arianos", são de confissão católica.

Em entrevista com o presidente do Comitê, professor Schmutzer, acompanhado do secretário do "Bureau Católico Internacional para Negócios de Refugiados", o representante brasileiro na Legação em Haia tratou de responder a três questões:

Em primeiro lugar, a respeito dos oficiais militares referidos na carta, respondeu que no momento não era interessante ao Brasil o ingresso destes indivíduos. Tratou também da questão de um contrato de trabalho, firmado pelo Comitê Católico, entre um fazendeiro do Paraná e um grupo de refugiados da Holanda. Por último, ao ser questionado sobre as possibilidades de colonização no Brasil de imigrantes austro-alemães, respondeu que não seria possível consentir com esta empresa, visto que contraria os interesses nacionais.

No entanto, o autor do ofício sugere ao Ministro Oswaldo Aranha que o assunto seja reconsiderado a partir do estudo das possibilidades de assimilação de indivíduos "úteis" ao país, sejam eles judeus ou não, sobretudo nas regiões interioranas, onde a densidade demográfica é menor.

- Carimbo: S. de E. das Relações Exteriores. Divisão de Comunicações e Arquivo. 02/08/1939. nº 14096.
- Carimbo: Saído. 02/08/1939.
- Assinatura ilegível no final do documento.