Nossa Vida de Imigrantes no Brasil (1941 - 1983)
Registro | RG-BBG/58 |
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Categoria | Livro de Memórias |
Área | História |
Edição | 0 |
Ano de publicação | 1983 |
Cidade | São Paulo |
Estado | São Paulo |
País | Brasil |
Pages | 25 |
Idioma | Polonês |
Passada a euforia de se sentirem salvos, os Czapski enfrentaram uma dura realidade - sua situacao social mudara completamente. De abastados "senhores" passaram a trabalhadores que tinham de disputar qualquer emprego no mercado de trabalho, com o agravante de nao terem nenhum conhecimento da lingua e dos costumes locais. O pai, certo de que como tecnico agropecuario encontraria emprego num pais tao necessitado de desenvolvimento, logo se desiludiu. Depois de andar de uma reparticao para outra no Rio de Janeiro, com valiosas mas inuteis cartas de recomendacao, teve de ir para Sao Paulo com a familia, alojando-se todos num unico quarto, no porao de uma pensao. Nao conheciam ninguem. Com muito custo arranjaram um emprego temporario de agricultor para Juljan, no Parana, mas logo foi possivel para o rapaz voltar a Sao Paulo e preparar-se, estudando a noite, para o vestibular de medicina. A filha Genia tambem encontraria lugar em um sitio proximo ao Rio. Esfalfando-se sob o sol do meio-dia para vender produtos quimicos ou executar outras pequenas tarefas, Fryderyk, que nunca andara a pe, foi conseguindo aos poucos, com a ajuda de Ilza, mudar a situacao. Quando puderam se instalar numa velha casa, foi um progresso enorme. No final da guerra, os Czapski sofreram novo golpe: nunca mais poderiam voltar a sua fazenda na Polonia, que caira sob o jugo comunista. Mas em 1945 seria possivel a eles recomecarem a vida com uma situacao estavel, administrando a Fazenda Lagoa Alta, perto de Araras (SP). Ilza descreve com detalhes esse periodo de cerca de cinco anos de "aprendizado das condicoes da agricultura no interior do Brasil". Exerceram as mesmas funcoes em outras fazendas e mudaram muitas vezes de residencia, instalando-se no interior de Sao Paulo e do Parana. A historia dos Czapski, como a de tantos outros imigrantes, teve um final feliz - todos prosperaram, se mantiveram unidos, casaram, tiveram filhos e netos e se transformaram em uma grande familia brasileira, completamente arraigada no solo que a acolheu.